terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sonhando-te

Sonhando-me em teu Olhar
Debruça-se o teu olhar
Acalentando saudades
Nesta noite em que te abraças
Ao reflexo da tua solidão
Abriga-te a incerteza
De poder ver-te em meus olhos
Voltas-te ao céu repetidas vezes
Passos dispersados ao vento
Mãos descrentes e súplices
Supondo-me ausente
Pairas entre lembranças
Enquanto todas as estrelas
Despem-te da penumbra do teu rosto
Talvez busques a razão nítida de tudo
Quando me abres a porta do sonho
E todos os teus gestos confessam
A tua espera e este amor
Que me pronunciam em teu corpo
Reclamando-te a minha posse
À tua volta, o mar azul bramindo
Sobre as vagas, o teu pensamento
E a aparente recusa do meu tempo
Que pensas não te pertencer
Não há longe, onde me imaginas
Se é em teu peito que repouso
É nele onde me deito
Lânguida e esquecida de mim
É teu coração que alicia meus silêncios
Deixando pulsar em ti
A caligrafia dos meus segredos e sonhos

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Sal da Nossa Pele



Dilúvio e a Aridez.


Perdoa-me o dilúvio e a aridez.
Perdoa-me o calor e o gelo.
Perdoa-me o ruído e os silêncios.
Perdoa-me não ter
conseguido ser,
Nem mais nem menos
do que eu próprio.
Perdoa-me tudo.
Perdoa-me o sopro,
A respiração,
A vida.
(M.M.)

Eu não sou tão triste assim...


"Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada

A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher."

Eu Quero!


"Quero alguém que em um dia de chuva queira ficar em casa do meu lado, assitindo filmes e comendo pipocas, bem juntinhos no sofá.
Quero alguém que me ache linda quando eu não estiver a fim de me maquiar, arrumar os cabelos (provavelmente estarei de TPM), que esse alguém também tenha bastante saco para me aturar.
Quero alguém que ande comigo pela praça de mãos dadas, que divida o sorvete, a pipoca o algodão doce...
Quero alguém que conte comigo sempre, para desabafar, enxugar as lágrimas, nos momentos alegres e nos difíceis também, e espero realmente do fundo do meu coração que se eu estiver na pior que ele faça o mesmo por mim.
Quero alguém que seja honesto sempre, que fale que não concorda, que não gostou, que tenha opinião própria, pois nem todos são iguais.
Quero alguém que me leve pra acampar e de noite deite do meu lado para juntos contarmos estrelas.
Quero alguém que torça por mim, não ria dos meus sonhos, por mais absurdos que sejam.
Não quero alguém sem defeitos, sem manias, sei que não existem príncipes nem princesas, somente quero alguém que esteja do meu lado me fazendo feliz, que juntos possamos descobrir o que é o amor..."

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Tu, me inspiras muito mais


Tenho tentado controlar a ânsia de te escrever. Parece que tudo que eu falar, soará como repetição, frases enfadonhas, de quem sempre está a esperar! Nem sempre me contenho...sou acometida por este formigamento nas mãos. Talvez escreva para enxergar o meu revés, descobrindo as senhas que não revelo a mim mesma. É que a minha palavra é atrevida e até cruel. Expõe a minha pele e se precisar, sangra-me. Tenho mesmo a alma aberta e o peito em fratura exposta.
Lia Neruda e lembrei-me de ti, de mim...não sei se devo falar em nós. Não sei se nós existimos, ou se te fiz minha melhor fantasia. Apenas, continuo a dormir, para te encontrar. Sou afeita aos sonhos e tenho os olhos guiados por luas que me inquietam o coração. Tomam-me em momentos quaisquer. Não sabem das determinações do tempo e do calendário que rege dias com compromissos, tarefas e atividades. Desorientam-me em suspiros matutinos, quando o sol já abraça o mundo. Parecem não perceber que já não tens vindo e que ainda não voltaste. Bem que elas tentam se disfarçar: dias, minguante, cheia; outros, quarto crescente, lua nova...talvez queiram te surpreender, imaginando-te à espreita. Luas e amantes não devem ser levados à sério. Ou devem?
Continuo sem saber o que fazer, quando me ocupas o pensar. Isto me lembra contrações de parto. Amiúdes, em intervalos cada vez menores e renitentes. Percebo-me com a pulsação alterada, uma taquicardia inusitada...é a tal química do amor a dizer-se presente, como querem os cientistas de plantão. Diria apenas, amor...àquele que cantava Vinícius, Drummond, Neruda e a minha bela Flor Espanca.
Minhas mãos, a despeito do tempo, ainda guardam carícias...já havia escutado que a ausência é atrevida. Nunca gostei dos ditados. Em sua maioria, limitam, aprisionam ações, distraindo a capacidade de pensar. Ando a caminhar pelas dúvidas. Mas voltando a máxima, acima...Tolices, de quem nunca se deixou tocar pela possibilidade de amar. Nem desconfiam do desejo que aflora, pelo que não existiu de fato. Desconhecem o ardor dos lábios, a quererem provar de um beijo prometido ou de abraços estendidos em inanição de outros braços. Será que o amor sempre precisa de tato, visão, cheiro e paladar? Alheamentos, de quem só sabe sentir, embora nem sempre compreenda...
Sinto saudades e continuo sem decidir, o que fazer com a intimidade de estares em mim, ainda que sejas este gosto do desconhecido, ausente de alguns dos meus sentidos formais.



by>postado por thna sanna>by fernada guimarães.aut.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008